23/11/2021 às 17h37min - Atualizada em 23/11/2021 às 17h37min

Obras de pavimentação do trecho da BR 367 continuam paralisadas, sem previsão de recomeço.

Trecho que atravessa região mais pobre de Minas Gerais tem 60 quilômetros de terra batida e buracos. Rodovia é considerada um obstáculo para o desenvolvimento da região e pesadelo de milhares de motoristas

Divulgação
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Em dezembro de 2020, o presidente Jair Bolsonaro lançou a pedra fundamental para a pavimentação da BR–367, entre Salto da Divisa e Jacinto, no Vale do Jequitinhonha. Quatro meses depois, ele mesmo vetou os investimentos previstos no Orçamento  de 2021  para a rodovia.
A decisão, publicada no “Diário Oficial da União”, caiu como um balde de água fria para milhares de motoristas  que trafegam pelo trecho de mais de 60 km de terra batida em uma das regiões mais  carentes de Minas Gerais.

Bolsonaro esteve em Jacinto, município de 13 mil habitantes que fica próximo da divisa com a Bahia, ao lado de duas dezenas de políticos mineiros, para anunciar que o asfalto, aguardado há mais de 50 anos chegaria na BR- 367.

A promessa do governo era investir R$ 157 milhões para pavimentar o trecho que vai até Salto da Divisa e tem grande movimento de carros e caminhões (principalmente os que carregam eucalipto e abastecem as fábricas de celulose na região). A previsão do governo era que a obra durasse dois anos e fosse finalizada ainda em 2022. 
“Essa obra chega em boa hora, há muito ela foi prometida e, lamentavelmente, a obra não chegou aqui. E agora vai chegar em nosso governo. Importante concluir obras e fazer aquelas que podemos concluir ao longo do nosso mandato, não deixar para depois”, afirmou Bolsonaro durante a visita. 

Atrasos

A pavimentação da BR–367 foi prometida pela primeira vez pelo então presidente Luiz Inácio Lula (PT), em 2010. A obra chegou a ser incluída no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e os projetos executivos começaram a ser executados.

No entanto, bloqueios de verbas no Orçamento e problemas com a liberação de licenças ambientais foram adiando a chegada do asfalto por mais de uma década. Até hoje, os motoristas que passam pelo trecho enfrentam uma rodovia em péssimas condições, de terra batida e esburacada. Em período chuvoso, o trecho fica praticamente inviável.

Insatisfeitos com o veto presidencial, deputados mineiros falaram de uma mobilização para derrubar o veto e voltar a incluir os recursos da obra no Orçamento.

“ Não vamos abrir mão dessa obra, ela é importantíssima. Passei 26 anos rodando nessa estrada, sei como é sofrido”, afirmou na ocasião, o deputado federal Igor Timo (Podemos). 
“A promessa que ouvimos foi que a obra seria entregue até o final do ano de 2022. Esperamos que ela seja cumprida e que os recursos sejam descontingenciados. Minas tem sido sempre muito prejudicada com esses bloqueios no Orçamento”,  afirmou o deputado Fábio Ramalho (MDB). Segundo ele, uma das opções, caso o recurso não  fosse liberado, a saída era a derrubada do veto de Bolsonaro. 


No entanto, tudo ficou por isso mesmo, no jogo da retórica e de frases feitas.





Prioridades


 Em nota, o Ministério da Infraestrutura informou que “Num cenário de restrições orçamentárias, o ministério está atualizando sua planilha de investimentos considerando duas premissas: obras prioritárias, em função do seu impacto social e econômico; e a conclusão de obras iniciadas. Estamos empenhados em garantir a infraestrutura, mesmo com o  corte sofrido, e não conseguimos precisar os impactos nas obras no momento”,  disse a pasta.


A Construtora Vilasa Ltda, empresa vencedora da licitação para executar a obra já desmobilização o canteiro de obras, paralisando os serviços.

Segundo a empresa, dos 62 km do trecho, apenas 15 estão liberados.

Sérgio Vasconcelos

Repórter
 
 
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