25/11/2021 às 11h10min - Atualizada em 25/11/2021 às 11h10min

Várias cidades de Minas cancelam o carnaval

Medo da Covid-19 põe festa na corda bamba no interior

A folia ainda está incerta em Belo Horizonte e em várias cidades mineiras, enquanto outras já cancelam a festa. Na segunda-feira, o Comitê de Enfrentamento à COVID-19 da capital recomendou que a prefeitura não patrocine o carnaval nem o ano-novo, além de desaconselhar a população a participar de eventos com grandes aglomerações. Enquanto isso, blocos de rua, hotéis e outros setores que são beneficiados pela festa lamentam a decisão. Mas os infectologistas reforçam: é preciso cautela.
 
A recomendação do comitê foi feita através de uma nota técnica "por entender que, no momento, tais ações possam vir a ter consequências negativas importantes para a saúde do povo de Belo Horizonte". O texto elenca uma série de motivos. Entre eles, a diminuição da imunidade obtida pela vacinação depois de passados seis meses da aplicação da segunda dose e o fato de grande parte da população ainda estar sem a injeção de reforço.

 
Outro ponto citado pelo comitê é o atual cenário europeu, continente que enfrenta a quarta onda da COVID-19, causada, entre diversos motivos, pela chegada do inverno, cobertura vacinal insuficiente e a prevalência da variante delta. A prefeitura disse que vai acatar a orientação. “A Secretaria Municipal de Saúde ressalta que a pandemia não acabou e as medidas de proteção ainda devem ser mantidas”, informou a pasta.
 
O médico infectologista Estevão Urbano, um dos quatro integrantes do Comitê de Enfrentamento à Pandemia de COVID-19, aponta os perigosos da folia. ‘’O principal motivo é a possibilidade de pessoas contaminadas, não testadas, sem vacinação e não identificadas como tal – o que pode acontecer em eventos abertos – irem para a folia e transmitirem (a doença) para dezenas pessoas. E isso acontecendo de forma repetida pode causar uma explosão do número de casos na cidade. Cada capital deveria fazer a sua parte’’, diz.
 
Mas ainda não há decisão se as festas serão proibidas na cidade. Por enquanto, a expectativa do comércio é de receber foliões em BH, mas ainda há receio de que o Carnaval seja proibido. O Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Belo Horizonte e Região Metropolitana (SindiHBares) contabiliza pelo menos 30% de reservas já confirmadas na hotelaria.

 
“A gente recebe a notícia (da recomendação do Comitê) com muita tristeza e preocupação. Várias agências de viagens já tinham comercializado pacotes de reserva para o carnaval. As tarifas já estavam sendo divulgadas para os turistas durante os cinco dias previstos”, lamenta Paulo Pedrosa, presidente da entidade, que ainda criticou a falta de investimento na folia. “O coronavírus é uma preocupação que todo mundo tem, mas você vai ao Mineirão com 60 mil pessoas, puxa vida… Carnaval é uma festa popular. Estou ouvindo que centenas de prefeituras não vão investir”, reclamou.

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